Não importa quantas vezes maculado por perdas, ausências e distâncias, dezembro terá sempre cheiro a lenha, canela e vinho do Porto. E sobre a lembrança das coisas que foram e jamais voltarão a ser, sobre as cadeiras vazias, a família reconfigurada, as infâncias já arrumadas em álbuns de retratos, triunfará, invariavelmente, o hábito rebelde da imaginação, o vício de fazer magia, a crença velha, tola e fundamental num mundo que tenha conserto.