Quando um determinado discurso de desagrado prevalece na sociedade ou num indivíduo ao longo de muito tempo sem que nenhuma mudança daí advenha, das duas, uma: ou é porque não reflete um pensamento real, profundo, mas apenas um hábito de dizer ou copiar ao pensamento alheio, um fechar conversa de circunstância, ou então é porque, na verdade, a mudança não é desejada. Penso nisto, por exemplo, quando ouço a professora que vive com três gatos pretos e um ror de tralha acumulada, na ladainha do costume ao balcão do pão quente: eles agora não pensam, os miúdos não pensam, ponto final! Um dia destes, se acordo indisposta, pergunto-lhe que pensadores tem o sistema de ensino ao seu serviço.