18.2.20

O mais velho adoece e eu abuso de forma descarada da sua prostração. Gulosa, a pretexto de lhe sentir a febre cubro-o de beijos na testa, nas faces, no pescoço. És meu, és meu, jamais te livrarás de me pertencer – é o que sinto, mas não penso. Pela tarde toda, o meu ventre repousa debaixo da cabeça dele. E durante a noite, de cada vez que ouço chamar, num fio de voz doce, dependente, vulnerável, mãe!, consolo-me de pensar que há coisas que não mudam, não terão como mudar.
O amor tem uma face tão desprezível, tão egoísta.