25.1.20

Escrevi o teu nome em maiúsculas arredondadas, à cabeça de um rascunho de versos que não eram sobre as camas incandescentes onde o sol se deita para o pasmo dos sonhadores, nem falavam de amantes perigosamente debruçados no abismo da saudade, nem cantavam a autoridade das fases da lua sobre os enredos de amor, nem diziam nada sobre flores colhidas na orla fecunda dos bosques para a coroa das noivas e a lapela dos namorados. Eram sobre um rio cheio, musculado, a correr com ânsia a sua língua pelas curvas da terra e a penetrar, enfim, no colo do mar, onde celebra, repete e perpetua a própria morte.