14.9.22

Não julgues que me desencaminham as voltas da tua língua. Jamais abandono o meu posto de vigia. É de olhos bem abertos que meço a tua competência e avalio o homem que fizeste do homem que a tua mãe pariu. Podes entrar e sair calado, de tudo o que possas valer o que menos importa é o que digas. O meu ofício é manobrar palavras, sei melhor do que tu como se puxa o lustro a uma mentira e se enreda a história justa ao sonho de cada um. Calado. Nem sequer tentes responder aos meus enigmas, resolver a minha melancolia, mediar os meus conflitos com o mundo. Tenho ambições bem maiores do que a felicidade.