Há um tipo de gente esmerada em lições sobre a arte de viver e disso faz passatempo. Apoiando-se na experiência individual, em episódios de novelas vizinhas ou na bijuteria filosófica, comete essa imprudência – desaconselhada desde que o mundo é mundo – de dar sermão sem que tenha havido encomenda e presumir como se anda ou deve andar nos sapatos do outro. Até pode ser boa a intenção mas acaba inútil o esforço, principalmente quando se é dono de um pé demasiado balofo para as delicadezas do calçado alheio.