5.5.21

Violeta-de-prateleira 
muita história tem contado. 
Cada dia uma maneira, 
uma arma e um recado. 

Primeiro era de navalha, 
depois mostrou o chinelo, 
por fim aumentou a tralha 
com a foice e o martelo. 

Vejam só como reage 
quando não resta mais nada. 

No princípio ela jurou 
meter-nos a todas na linha, 
nenhuma planta poupou 
a esta ameaça mesquinha. 

Mas agora, meus senhores, 
desmonta-se a fantasia: 
a alma de certas flores 
é bem dada à cobardia. 

Afinal não se aguenta 
com bravura de felino. 
Então mima a suculenta 
e acarinha o pepino. 

Eis as artes de graxista 
que movem esta megera.
É assim que ela conquista 
a nata da blogosfera. 

...

Veio-me agora uma ideia
em que ambas podemos ganhar: 
pôr um fim à verborreia 
com dois copos pra brindar. 

Não é por fôlego esgotado 
nem por medo de perder. 
O leitor é que, coitado, 
já está farto de me ler. 

Valeu a pena a batalha, 
Violeta, minha querida. 
Isabela (deus me valha!) 
já chora com a despedida.