No velho regime de itinerância a que o calendário obriga, nossa senhora corre vilas e aldeias atendendo a todas as causas, às vezes em dois lugares distintos ao mesmo tempo, coisa que das divindades se espera e das mulheres se exige, nada faltando assim aos homens de boa vontade e das vontades em geral. É do socorro, dos remédios, da agonia, das angústias, do bom despacho, da boa viagem, do amparo, da graça, das dores, da esperança, do desterro, e quantas mais palavras ilustrem as cargas pesadas da humanidade e as recompensas que por elas hão de vir. Assim me espantou que, na fase de shoot out, a rapariga que rezava de joelhos na areia tenha acabado por ser, precisamente, a única a falhar o remate. Por sua causa, o sonho de toda a equipa ficou ali enterrado. Oficializada a derrota no mostrador eletrónico, ela atirou-se ao chão e chorou até o campo se ter esvaziado de cumprimentos, aplausos e disparos fotográficos. Parece impossível: pleno agosto e não sobrou, entre tantas nossas senhoras, uma que largasse a festa para acudir às suas orações.