No corpo nu do rapaz voador, aplico os curativos com a suavidade que só as mães e aproveito para adular toda a sua perfeição, de amorosa autoria, que nenhuma chaga corrompe. Não recuo nem vacilo. Mais do que as minhas, são as dores dos meus filhos que me fortalecem. Antes deles, sabia a ideia de que o tempo todas cura ou de alguma forma arruma e isso, por ser verdade, foi sempre o bastante. Mas com as dores deles aprendo a caminhar como os faquires. Não se trata mais do tempo que levarão a curar, mas do quanto me aguento impávida sobre fogo e lâminas para não os deixar tombar.