Desperto, por coisa nenhuma, àquela hora da noite obscura e surreal em que as más decisões são tomadas e em que cada rumor levanta a suspeita de uma tragédia. Num ápice, suponho desacatos, acidentes, crimes que à luz do dia, bem sei, se tornarão risíveis. Como são grandiosos os favores que o medo presta à imaginação! E esta, por sua vez, devolve em dobro, enredando-se ambos numa das mais cúmplices e frutuosas ligações que a mente humana apadrinha.