A orquídea cujo nome não repetimos para manter este espaço livre de impurezas, coitadinha, perdeu a firmeza e a fibra. Recordamo-nos de se ter apregoado rija e sanguinária, fêmea de guerra e faca na liga, protagonista de números de circo e crimes passionais, levando-nos a imaginar que já enfeitara balcões de taberna, psichés de prostíbulo, covis de máfias e contrabando. Mas, oh, não é ela que vemos assomar agora à marquise gradeada do rés-do-chão/trás – de onde só em sonhos saiu –, desvairada em exclamações e interjeições, ofendida desde a raiz, abespinhada até ao labelo, "eu não sou nada disso, ai que eu sou isto e faço aquilo"?
Ah, paroles, paroles, paroles...