12.1.20

Assino de cruz e olhos fechados o acordo que me levará a enfrentar o maior dos meus medos e dou início à contagem decrescente. Não são horas nem dias, mas semanas. Terei tempo para vestir não sei que fato de proteção, empunhar não sei que arma de defesa, socorrer-me não sei de que fé, tomar não sei que conselho, comprimido ou porção de álcool. Derrubando este, não me sobrará nenhum medo risível, de que me envergonhe em confissão e faça das crianças e dos ignorantes os meus únicos pares. Quem vence um medo, de certa maneira vence a morte. É dela o rosto grave com que nos perseguem todos os nossos fantasmas, tenham eles a dimensão de uma vespa ou de uma doença rara.